Google não precisará vender o Chrome, decide juiz.

por Robson Caitano

Google Evita o Cenário Mais Crítico em Caso Antitruste

O Google conseguiu evitar o pior no importante caso antitruste relacionado à busca, processado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O juiz do Tribunal Distrital de Washington, Amit Mehta, decidiu que a empresa não precisa se desfazer do navegador Chrome para amenizar sua suposta prática de monopólio ilegal no setor de buscas online. O tribunal apenas exigirá um conjunto restrito de remédios comportamentais, que incluem a obrigação do Google de disponibilizar alguns dados de busca para concorrentes e limitar sua capacidade de firmar acordos de distribuição exclusivos.

Vitória do Departamento de Justiça

Há mais de um ano, o Departamento de Justiça (DOJ) obteve uma vitória significativa quando o Google foi considerado culpado por violar a Lei Antitruste Sherman. A fase de remédios ocorreu no início deste ano, com o DOJ solicitando que o Google se desfizesse de seu navegador de maior participação de mercado, o Chrome. Este foi o ponto mais notável das propostas de remédios apresentadas pelo governo, que também desejava avaliar a possibilidade de uma cisão do Android, forçar o compartilhamento da tecnologia de busca do Google, além de restringir severamente os acordos de distribuição que a empresa poderia assinar.

Decisão do Juiz

O juiz Mehta optou por um conjunto de remédios muito mais restrito. Apesar de algumas mudanças na distribuição de busca, o Google poderá manter o Chrome. O governo argumentou que a dominância do Google no Chrome era crucial para seu domínio nas buscas, mas o Google sustentou que nenhuma outra empresa poderia operar o Chrome e o Chromium da mesma maneira que a gigante da tecnologia o faz. Entretanto, Mehta decidiu que o uso do Chrome como um veículo para busca não é ilegal por si só. "Os autores exageraram ao buscar a desinvestidura forçada desses ativos chave, que o Google não usou para implementar qualquer restrição ilegal," afirmou a decisão.

Propostas do Google

As propostas de remédios apresentadas pelo Google foram, como era de se esperar, bastante modestas. A empresa se opôs totalmente às penalidades relacionadas ao Chrome, mas estava disposta a aceitar algumas limitações em seus acordos de busca e permitir que fabricantes de equipamentos originais Android (OEMs) escolhessem os aplicativos pré-carregados em seus dispositivos. Essa foi, essencialmente, a decisão alcançada por Mehta. De acordo com a decisão do tribunal, o Google ainda poderá pagar por posicionamento de busca—os acordos bilionários com a Apple e a Mozilla poderão prosseguir. No entanto, o Google não pode exigir que nenhum de seus parceiros distribua os aplicativos Search, Chrome, Google Assistant ou Gemini. Isso implica que o Google não pode, por exemplo, tornar o acesso à Play Store condicional ao agrupamento de seus outros aplicativos em dispositivos móveis.

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