Confira o que está acontecendo atualmente com o acordo do TikTok nos Estados Unidos.

por Robson Caitano

O TikTok, propriedade da empresa chinesa ByteDance, tem sido o foco de controvérsias nos Estados Unidos por quatro anos, em função de preocupações relacionadas ao possível acesso do governo chinês aos dados dos usuários.

Como consequência, os usuários norte-americanos frequentemente se veem no meio dessa tensão. No início deste ano, o aplicativo passou por uma falha temporária nos Estados Unidos, deixando milhões de usuários em suspense, até ser rapidamente restaurado. O TikTok foi restabelecido na App Store e na Google Play Store em fevereiro.

Um número de investidores está competindo pela oportunidade de adquirir o aplicativo e, após a quarta prorrogação do prazo para a proibição do TikTok pelo Trump, parece que avanços foram feitos neste sentido.

Na quinta-feira, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que aprova a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos para um grupo de investidores americanos. O negócio valorizaria o TikTok nos EUA em aproximadamente US$ 14 bilhões, de acordo com o vice-presidente JD Vance. Angelo Zino, vice-presidente sênior da CFRA Research, estimou anteriormente que, se um acordo fosse concretizado, o valor da empresa nos Estados Unidos poderia ultrapassar os US$ 60 bilhões.

Uma semana antes, o presidente Trump anunciou que o presidente Xi Jinping da China havia dado sua aprovação para um acordo do TikTok, que permitiria a um consórcio de investidores americanos controlar a plataforma. A ByteDance declarou publicamente que garantiria que a plataforma permanecesse disponível para os usuários americanos.

Quem assumirá a propriedade do TikTok nos EUA?

Recentemente, um acordo “quadro” foi supostamente estabelecido entre os Estados Unidos e a China, com novas informações indicando que um consórcio de investidores, incluindo Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz, pode supervisionar as operações do TikTok nos Estados Unidos.

Esses investidores devem deter uma participação de 80%, enquanto as ações restantes pertencem a partes interessadas chinesas. O conselho da nova entidade seria predominantemente composto por membros dos Estados Unidos, com um membro nomeado pelo governo dos EUA.

Na entrevista do último fim de semana, Trump mencionou que Rupert Murdoch e seu filho Lachlan “provavelmente” desempenharão um papel, junto com o presidente executivo da Oracle, Larry Ellison, e o CEO da Dell Technologies, Michael Dell.

A Oracle deverá cuidar da segurança e das medidas de proteção do aplicativo. A empresa já fornece serviços de nuvem para o TikTok e gerencia os dados dos usuários nos Estados Unidos. Vale destacar que a Oracle havia feito uma proposta para adquirir o TikTok em 2020.

Além disso, como parte do arranjo proposto, a Oracle replicará e protegerá uma nova versão do algoritmo do TikTok nos EUA, de acordo com informações de um oficial da Casa Branca. Os proprietários do TikTok nos EUA poderão alugar o algoritmo da ByteDance, que a Oracle então reconfigurará.

A ByteDance não terá acesso às informações dos usuários do TikTok nos EUA ou qualquer influência sobre o algoritmo do país.

O que os usuários nos EUA devem saber

Relatórios da Bloomberg indicam que, quando o acordo for finalizado, o aplicativo TikTok será descontinuado nos Estados Unidos e os usuários precisarão migrar para uma nova plataforma. No entanto, os detalhes dessa plataforma permanecem em grande parte obscuros, incluindo suas funcionalidades e como ela se diferenciará do aplicativo original.

Como chegamos até aqui?

Para entender totalmente esse drama de alta tensão, é importante revisar a linha do tempo do relacionamento tumultuado do TikTok com o governo dos Estados Unidos, que resultou em várias batalhas legais e negociações.

O drama começou em agosto de 2020, quando Trump assinou uma ordem executiva para proibir transações com a empresa-mãe ByteDance.

Um mês depois, a administração Trump tentou forçar a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos para uma empresa americana. Os principais concorrentes incluíam Microsoft, Oracle e Walmart. No entanto, um juiz americano bloqueou temporariamente a ordem executiva de Trump, permitindo que o TikTok continuasse a operar enquanto a batalha legal se desenrolava.

As coisas começaram a se acelerar ainda mais no ano passado, após a transição para a administração Biden. Depois que o Senado aprovou o projeto que se opunha ao TikTok, o presidente Joe Biden o sancionou.

Em resposta, o TikTok processou o governo dos Estados Unidos, contestando a constitucionalidade da proibição e argumentando que o aplicativo e seus usuários americanos estavam tendo seus direitos da Primeira Emenda violados. A empresa sempre negou que representasse uma ameaça à segurança, afirmando que seus dados armazenados nos EUA estão em conformidade com todas as leis locais.

Avançando até hoje: Trump teve uma mudança de posição desde seu primeiro mandato e está tentando estabelecer um acordo de 50-50 entre a ByteDance e uma empresa americana.

Vários concorrentes têm surgido, incluindo The People’s Bid for TikTok, um consórcio organizado pelo fundador do Project Liberty, Frank McCourt. Este grupo conta com o apoio da firma de investimentos Guggenheim Securities e do escritório de advocacia Kirkland & Ellis. Seus apoiadores incluem o cofundador do Reddit, Alexis Ohanian, o apresentador de TV e investidor Kevin O’Leary, o inventor da World Wide Web Tim Berners-Lee e o cientista sênior de pesquisa David Clark.

Outro grupo, conhecido como American Investor Consortium, é liderado por Jesse Tinsley, fundador da Employer.com, e inclui David Baszucki, cofundador do Roblox, Nathan McCauley, cofundador da Anchorage Digital, e o famoso YouTuber MrBeast.

Outros possíveis candidatos incluíam Amazon, AppLovin, Microsoft, Perplexity AI, Rumble, Walmart, Zoop, o ex-CEO da Activision, Bobby Kotick, e o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.

A história foi atualizada após a publicação.

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