O novo padrão HDR Dolby Vision 2 provavelmente gerará polêmica.

por Robson Caitano

Novidades do Dolby Vision 2

A Dolby anunciou as características do Dolby Vision 2, que é a nova versão do seus aclamado formato de HDR, o Dolby Vision. O Dolby Vision original tinha como objetivo oferecer aos criadores a capacidade de ajustar com precisão a forma como as TVs apresentam conteúdo em HDR. Com o Dolby Vision 2, essa funcionalidade foi amplamente expandida, incluindo também o tratamento de movimento. Além disso, a nova versão se propõe a aproximar a intenção do cineasta da realidade encontrada nos ambientes de visualização individuais dos espectadores.

Inteligência de Conteúdo

Mas o que isso significa, exatamente? De acordo com a Dolby, um dos pilares do Dolby Vision 2 será a “Inteligência de Conteúdo”, que introduz novas “capacidades de IA” na especificação do Dolby Vision. Entre outras funcionalidades, isso implica o uso de sensores na TV para tentar corrigir o problema frequentemente reclamado de que alguns programas estão escuros demais.

Vários editores e cineastas costumam ajustar seus conteúdos de vídeo para serem visualizados da melhor forma possível em um ambiente escuro, utilizando uma TV de alto desempenho que apresenta altas luminosidades de pico, contraste e precisão nas cores, entre outras características. No entanto, nem sempre isso resulta em uma experiência satisfatória. Muitas vezes, isso significa que certos programas ficam absurdamente escuros em qualquer configuração que não seja a mais ideal. Exemplos disso incluem a série Silo, da Apple TV+, e a infame Batalha de Winterfell na temporada final de Game of Thrones, que geraram muitas críticas, visto que muitos espectadores consideraram essas cenas difíceis de visualizar.

Com a Inteligência de Conteúdo, a expectativa é que o Dolby Vision 2 torne a imagem “cristalina” ao “melhorar a clareza em qualquer ambiente de visualização, sem comprometer a intenção original do criador”. Além disso, a tecnologia utilizará sensores de detecção de luz ambiente em TVs compatíveis para ajustar a apresentação do conteúdo com base na luminosidade do ambiente em que o espectador se encontra.

Melhorando o tratamento de movimento

Um aspecto que promete gerar controvérsias em relação à Inteligência de Conteúdo é uma funcionalidade chamada Movimento Autêntico, que provavelmente causará o maior alvoroço em relação ao Dolby Vision 2. Enquanto a detecção de luz ambiente e a melhoria na clareza são promissoras, a nova abordagem para o movimento poderá polarizar opiniões. Tradicionalmente, filmes e séries são filmados em taxas de quadros específicas, e a maneira como esses quadros são suavizados ou apresentados em movimento pode alterar significativamente a percepção visual.

Embora o objetivo da Dolby seja melhorar a experiência de visualização, é importante observar que as opiniões variam muito entre os puristas que preferem a estética de quadros originais e os espectadores que podem apreciar a suavização e a fluidez adicionadas.

Potenciais efeitos adversos

Um dos debates em torno do Movimento Autêntico é se as alterações no funcionamento tradicional da exibição de quadros melhorarão ou piorarão a experiência de visualização para o público. Muitas pessoas têm opiniões fortes sobre o quanto a suavização prejudica ou melhora a imagem, e a implementação da IA para alterar essa experiência pode não agradar a todos. Assim, o Dolby Vision 2 está prestes a entrar em um território onde o feedback dos usuários será essencial para entender a eficácia e a aceitação dessas novas funcionalidades.

Expectativas para o futuro

Com o lançamento do Dolby Vision 2, a Dolby espera atingir um novo patamar na apresentação de conteúdo em HDR, buscando equilibrar a intenção do criador com a experiência do espectador em diferentes ambientes. A introdução de recursos como a Inteligência de Conteúdo e o Movimento Autêntico indica um avanço significativo nas tecnologias de exibição, mas também levanta questões sobre a interpretação e a experiência visual que os criadores de conteúdo desejam proporcionar, em contraste com o que é possível em ambientes de visualização variados.

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